Almeidinha
vivia quebrando pau com a mulher, a Dalvina.
A sogra sempre ficava a favor do genro:
-Você tá
errada, minha filha! Não é assim que se trata um homem!
-Mas ele
quase quebra minha cabeça, mãe!
-Bem feito,
ele tá mais do que certo!
Era assim: a
filha era espancada e a mãe ainda dava cobertura ao agressor. Isso causava
revolta na vizinhança:
-A dona
Santinha vive protegendo o Almeidinha!
-Eu tô
abestada com um negócio desses!
O tal
Almeidinha tinha um cartaz enorme com a sogra. E ela falava para quem quisesse
ouvir:
-As mulheres
de hoje, a começar pela minha filha, não sabem o que é um homem!
Ajeitou os
cabelos e prosseguiu:
-Nunca perdi
a paciência com o finado Chico! E o bicho era um fino raparigueiro!
Depois de
levar mais uma surra, Dalvina resolveu pular fora:
-Cansei, pra
mim chega! Vou atrás de outro que me dê carinho!
Partiu sem
dizer pra onde. Mas Almeidinha já está com outra mulher. Uma coroa muito
conhecida: dona Santinha sua sogra, para a surpresa de todos. Principalmente da
Do Carmo, que diz abertamente:
-Ô veia
quente! Isso é o fim do mundo, meus netim!